“Os pesquisadores identificaram a habilidade matemática conhecida como “conhecimento do sistema numérico”, que é a capacidade de conceituar um numeral como um símbolo para uma quantidade e entender as relações sistemáticas entre números, como fundamental na carreira profissional futura.”“Os pesquisadores acreditam que programas de intervenção destinados a superar essa deficiência matemática precoce podem ajudar os alunos a conseguirem melhores empregos mais tarde, bem como fazer escolhas econômicas mais sábias e melhorar a força de trabalho futura geral dos EUA.”
A única habilidade matemática
necessária para ter sucesso na vida profissional
De acordo com um novo estudo da Universidade de Missouri (EUA), a
chave para melhorar a força de trabalho do mercado atual pode estar nas aulas
de matemática das escolas de ensino fundamental.
David Geary, principal autor do estudo, explica que a falta de uma
habilidade matemática específica ensinada na primeira série está correlacionada
com baixo desempenho em uma prova de matemática da sétima série, usada para
determinar a empregabilidade e os salários em adultos.
O estudo
A pesquisa fez uma conexão entre psicologia infantil e economia do
trabalho, a fim de examinar as raízes da escassez de trabalhadores
matematicamente proficientes nos EUA – dados nacionais apontam que um em cada
cinco adultos americanos não tem a competência matemática esperada de um aluno
do oitavo ano.
180 estudantes com 13 anos de idade participaram do estudo. Eles
haviam sido avaliados quanto à memória, inteligência, cognição matemática,
atenção e realizações profissionais todos os anos desde o jardim de infância.
Todos esses fatores foram controlados na análise das pontuações nos testes de
empregabilidade administrados na sétima série. Diferenças demográficas também
foram contabilizadas.
Os pesquisadores identificaram a habilidade matemática conhecida
como “conhecimento do sistema numérico”, que é a capacidade de conceituar um
numeral como um símbolo para uma quantidade e entender as relações sistemáticas
entre números, como fundamental na carreira profissional futura.
Existem diversos sistemas de numeração. Por exemplo, para crianças
mais novas, é comum o ensino do sistema de numeração decimal, através de
atividades focadas em comparar números, registrar quantidades ou realizar
operações com o número 10. Uma forma de analisar esse conhecimento em alunos da
1ª a 3ª série, por exemplo, seria usar frases para que eles completem com
números usando raciocínio, como “Hoje é segunda-feira e Lucas vai ganhar um
presente daqui a ____ dias, na sexta-feira desta semana”.
Segundo os cientistas, ter este conhecimento no início do primeiro
grau previu a melhor capacidade funcional matemática na adolescência.
Já a habilidade de resolver problemas de matemática não se
correlacionou com a capacidade dos alunos mais tarde. Os alunos que começaram
atrás nesta habilidade foram capazes de alcançar os mais avançados, enquanto
que os alunos que estavam atrás no conhecimento do sistema numérico continuaram
atrás de seus colegas.
Geary explica que um déficit de conhecimento do sistema numérico
no início da aprendizagem cria uma base fraca para a aprendizagem posterior, o
que pode levar a uma vida toda de problemas, não se limitando apenas a
oportunidades de emprego reduzidas.
“Má compreensão de conceitos matemáticos pode tornar uma pessoa
presa fácil para credores predatórios”, disse Geary. “Alfabetização numérica
também contribui com a poupança em grandes compras e gestão de hipotecas e
cartões de crédito, por exemplo”.
Os pesquisadores acreditam que programas de intervenção destinados
a superar essa deficiência matemática precoce podem ajudar os alunos a
conseguirem melhores empregos mais tarde, bem como fazer escolhas econômicas mais
sábias e melhorar a força de trabalho futura geral dos EUA.
“Isolamos uma habilidade específica que tem importância real na
empregabilidade e observamos como essa habilidade se relacionava ao grau de
desempenho matemático da escola”, disse Geary. “Ao identificar essa habilidade
numérica específica, podemos concentrar os esforços de educação em ajudar os
estudantes com deficiência já na pré-escola e, assim, dar-lhes uma melhor
chance de sucesso da carreira na vida adulta”.[LiveScience, ScienceDaily, RevistaEscola]
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