Escrito por Elaine Oliveira Nunes e Winnie Gomes da Silva
(...)
Tomando como foco a criança, podemos perceber que uma das formas de ser gerado o bem-estar subjetivo, é quando a criança está brincando. Baseando-se nesta questão percebemos a relevância de refletir sobre a relação do brincar e o bem-estar.
Ao nos depararmos com pesquisas sobre o ser humano, suas relações e comportamentos, encontramos uma série de estudos acerca dos desequilíbrios psicológicos e da vida sobre efeitos negativos, como por exemplo, os agentes estressores. Andrews e Withey (1976) nos apresentam como componentes do bem-estar, o julgamento de satisfação de vida, o afeto positivo e o negativo, e para eles, a felicidade seria a presença de afetos positivos e relativa ausência de negativos.
Segundo Diener, Suh, Lucas e Smith (1999), os aspectos positivos ou prazerosos estariam indicados pela alegria, orgulho, contentamento, afeição, entre outros, e os negativos ou desprazerosos são culpa, vergonha, tristeza, ansiedade, estresse, depressão, entre outros. Tomando como base essas divisões e subdivisões do bem-estar subjetivo, surgem algumas questões, quais são as melhores formas de se alcançar um bem-estar subjetivo? E quando partirmos para as crianças: quais os meios de viver que as crianças precisam aprender para conquistar a felicidade?
A partir disto surgem interesses de refletir mais a fundo sobre temáticas como estas, faz-se necessário que as pessoas experimentem mais afetos positivos, para viverem mais em harmonia e equilíbrio. Investigar sobre a felicidade se faz importante para contribuir para o bem-estar de todos. No caso das crianças um dos meios que compreendemos ser importante é sobre o brincar, em específico as brincadeiras na escola, visto que estas, não mais importantes do que outras formas, são também importantes formas de socialização e de produção de afetos prazerosos.
Para Winnicott (1975, p.63) “o brincar facilita o crescimento e, portanto, a saúde; o brincar conduz aos relacionamentos grupais”. Através do brincar, a criança dá sinais de vivacidade, ela se comunica com ela mesma e com os outros, entra em um processo de socialização, ou seja, de agrupamento, sendo, com isto, permitido, que ela se integre a uma realidade, mas uma realidade vista por uma ótica prazerosa e isto é possível através do brincar.
Por acreditarmos que o brincar provoca o movimento de socialização e consequentemente contribui para o desenvolvimento do ser humano e para a promoção do bem-estar, Oliveira (2007) nos traz a seguinte pontuação:
“(...) é brincando que a criança elabora progressivamente, o luto da perda relativa dos cuidados maternos, assim como encontra forças e descobre estratégias para enfrentar o desafio de andar com as próprias pernas pensar aos poucos com a própria cabeça, assumindo as responsabilidades pelos seus atos”.
A busca pela independência permite com que a criança explore e crie um mundo que ela acredite ser o melhor. “É no brincar, e somente no brincar, que o indivíduo, criança ou adulto, pode ser criativo e utilizar sua personalidade integral: e é somente sendo criativo que o indivíduo descobre o eu (self)” (Winnicott 1975, p.79). Bednar e Peterson (1995) afirmam que para alcançar níveis de bem-estar positivos, avaliações positivas do self são necessárias.
Conhecendo o Bem Estar Subjetivo
Diversos estados e experiências podem produzir felicidade, como: o amor, a alegria, a saúde, a saciedade, o prazer sexual, o contentamento, a segurança e a serenidade. Também, podem produzir emoções e estados afetivos que costumam diminuir a felicidade como: tristeza, medo, raiva, nojo, ansiedade, angústia, dor e sofrimento (Ferraz, Tavares & Zilberman, 2007). Segundo Novo (2005) a felicidade é valorizada e vivida por cada pessoa e época, sendo uma motivação da vida humana e critério fundamental para o Bem-Estar (BE). Desta forma, o BE possui diversos termos: felicidade, afeto positivo, estado de espírito, ânimo e avaliação subjetiva da qualidade de vida (Gonçalves, 2006).
A literatura divide o Bem-Estar em dois modelos: 1) Bem-Estar Subjetivo, que se baseia no equilíbrio favorável às emoções, sentimentos e afetos positivos sobre negativos. O Bem-Estar Subjetivo está centrado numa perspectiva hedônica, isto é, na identificação do nível de felicidade e de satisfação dos indivíduos, buscando identificar as condições sócio-demográficas, políticas e culturais que lhes estão associadas; 2) Bem-Estar Psicológico, juntamente com o Bem-Estar Social, representam o bem-estar enquanto funcionamento positivo, adaptável e em constante desenvolvimento. O Bem-Estar Psicológico identifica os atributos positivos do self e o Bem-Estar Social, é a capacidade de enfrentar os desafios sociais através da realização de tarefas. Ambos estão enraizados no pensamento de Aristóteles, sobre a eudaimonia (felicidade), orientados para a perfeição e realização pessoal do daimon(self). (Novo, 2005).
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http://artigos.psicologado.com/atuacao/psicologia-escolar/brincando-na-escola-meios-de-construir-a-felicidade#ixzz1w7Krf3Yg
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