“o incremento (a melhora substancial) dos fatores estruturadores do
IDH (escolaridade, longevidade e renda per capita) e do Gini (distribuição da
renda familiar) não pode ser desconsiderado como fator preventivo da violência.
É de se chamar a atenção aqui, especialmente, para a educação. No lapso
temporal de uma geração a Coréia do Sul se revolucionou completamente por meio
da educação massiva de qualidade. Esse é o fator preventivo mais relevante de
todos. Como já dizia Beccaria, em 1764: “Finalmente, o mais seguro, porém o
mais difícil meio de evitar os delitos, é aperfeiçoar a educação” (Capítulo 45,
do livro Dos delitos e das penas).”
Lendo esse
texto acredito mais ainda que o Projeto Educar em Condomínios seria um dos
elementos estruturadores para a elevação do IDH no Brasil. Não haveria a necessidade de Rolezinhos do atual modelo.
Rolezinhos. Imagem da web |
85 ricos têm dinheiro igual a
3,57 bilhões de pobres no mundo
Essa é a conclusão do relatório Governar
para as Elites, Sequestro democrático e desigualdade econômica, que a ONG
Oxfam Intermón publicou em 19/01/14. A desequilibrada concentração de renda nas
mãos de poucos (típica do capitalismo retrógrado, exageradamente desigual)
significa menos renda per capita para cada habitante e cada família do país.
Mas isso não implica automaticamente mais violência (mais homicídios). Outros
fatores devem ser considerados: escolaridade (sobretudo), emprego estável ou
não, perspectiva de futuro, a racionalidade ou irracionalidade da política
criminal adotada, religião, tradição, existência ou não do “tabu do sangue” (ninguém
pode sangrar outra pessoa) etc.
O que sabemos? Que cruzando os dados
objetivos do IDH (índice de desenvolvimento humano), Coeficiente Gini
(distribuição da renda familiar), renda per capita e o número de homicídios
temos uma tese: quanto mais elevado o IDH e menor o Gini menos desigualdade e
menos violento é o país (e vice-versa: quanto mais baixo o IDH e mais alto o
Gini, mais desigualdade e mais violência existe). Como regra geral essa
premissa é bastante válida. As exceções confirmam a regra.
O que essa tese aconselha ao bom governo
assim como às lúcidas classes burguesas dominantes? Que o incremento (a melhora
substancial) dos fatores estruturadores do IDH (escolaridade, longevidade e
renda per capita) e do Gini (distribuição da renda familiar) não pode ser
desconsiderado como fator preventivo da violência. É de se chamar a atenção
aqui, especialmente, para a educação. No lapso temporal de uma geração a Coréia
do Sul se revolucionou completamente por meio da educação massiva de qualidade.
Esse é o fator preventivo mais relevante de todos. Como já dizia Beccaria, em
1764: “Finalmente, o mais seguro, porém o mais difícil meio de evitar os
delitos, é aperfeiçoar a educação” (Capítulo 45, do livro Dos delitos e
das penas).
Os dez países de mais alto IDH do mundo são
os menos violentos (1,8 homicídios para cada 100 mil) e ainda estão dentre os
menos desiguais (veja o coeficiente Gini), com exceção dos EUA. Contam,
ademais, com rendimento per capita muito alto e um excelente nível de
alfabetização. O mais desigual neste grupo (EUA) é precisamente um dos mais
violentos (conta com quase o triplo de homicídios da média dos 47 países de
maior IDH, que é de 1,8 para cada 100 mil pessoas). Isso nos conduz a concluir
que não devemos nunca considerar um único fator (IDH) para medir ou
prognosticar a violência.
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