No popular
A
Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) está realizando uma campanha para
reduzir o consumo de sal entre os brasileiros.
O
produto consumido em excesso agrava o estado de saúde dos hipertensos e pode
causar complicações, como derrames. De acordo com a entidade, a hipertensão
atinge cerca de 30% da população.
Use mais temperos em substituição ao sal |
Segundo
o diretor de Promoção Social da SBC, Dikran Armaganijan, uma das medidas
defendidas pela entidade é a mudança nos rótulos dos alimentos
industrializados, que deveriam substituir o termo cloreto de sódio pelo nome
popular: sal.
Diferença entre sal e sódio
Uma
pesquisa da Secretaria Estadual da Saúde de São Paulo, promovida com pacientes
hipertensos atendidos no Hospital Dante Pazzanese, constatou que 93% deles
simplesmente desconhecem a diferença entre sal e sódio.
Quimicamente,
o sal de cozinha é cloreto de sódio, ou seja, é formado por átomos de cloro e
átomos de sódio. Os cristais de cloreto de sódio contêm 39.337% de sódio e
60,663% de cloro. Assim, a quantidade de sódio precisa ser multiplicada por 2,5
para corresponder ao total de cloreto de sódio, ou sal de cozinha, presente no
alimento.
É
importante verificar também que o termo sal é de uso genérico em química, e nem
todos os sais contêm sódio. Assim, é mais correto falar que o sal de cozinha é
cloreto de sódio.
Para
o médico, essa alteração nos rótulos é importante devido a grande quantidade de
sal presente nos alimentos industrializados: "A indústria brasileira
mantém uma quantidade excessiva de sal nos alimentos. E nós, brasileiros, não
estamos acostumados a ler a composição dos produtos."
Novos rótulos de alimentos
A
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) estabeleceu novas normas para
as propagandas dos produtos com grande quantidade de açúcar, sódio e gordura
saturada ou trans (gordura vegetal que passa por um processo de hidrogenação
natural ou industrial).
As
empresas têm seis meses para apresentar alertas nas propagandas sobre os riscos
do consumo excessivo.
A
Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação (Abia) reagiu à
determinação da Anvisa e prometeu questionar a resolução judicialmente. Segundo
a entidade, o consumo excessivo de alimentos possivelmente prejudiciais "é
muito mais reflexo dos hábitos alimentares da população do que da composição
dos produtos industrializados".
Além
de pressionar a Anvisa sobre a necessidade das mudanças nos rótulos dos
alimentos, a SBC vem promovendo várias ações de conscientização. Um exemplo são
os dias temáticos de combate à hipertensão, onde os médicos medem a pressão da
população em locais públicos e alertam sobre os perigos da pressão alta.
"Eu acho que essas comunicações constantes devem alertar a população a se
interessar um pouquinho mais", disse Armaganijan.
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