O Projeto Piloto aqui apresentado objetiva despertar nos pais o interesse na criação de Associações, em seus Condomínios, que incentivem a solidariedade, o afeto e a valorização das crianças e adolescentes para mantê-los longe das drogas, da violência e de outras ameaças à sua integridade. Cuidar de nossas crianças e adolescentes significa abrir espaços de ação criativa e transformadora da realidade social, pois eles são o futuro do Brasil, do Mundo! Cuidar de nossos idosos é cuidar de uma parte de nós mesmos.
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10/07/2010

Indivíduo, um agente social

É no espaço familiar que as crianças experimentam as primeiras identificações e se apropriam de um modelo de família. É no núcleo familiar e na comunidade que a Criança e o adolescente têm as apreensões dos valores familiares e das normas de convivência sociais. Família e comunidade devem estar preparadas para dar suporte ao desenvolvimento físico, mental, social e emocional dessas pessoas ainda em formação.

Inúmeros estudos mostram que a socialização é tão necessária para o desenvolvimento infantil quanto a nutrição, cuidados com a saúde e outros fatores que satisfazem as necessidades vitais da criança. Estes estudos indicam que o ato de brincar exige concentração durante grande quantidade de tempo, desenvolve a iniciativa, a imaginação e o interesse. É o mais completo dos processos educativos pois tem influência sobre o intelecto, o emocional e o corpo da criança. Mas, sobretudo, a criança tem oportunidade de desenvolver, enquanto brinca, a iniciativa, a autonomia o afeto, enriquecendo as interações sociais e, assim, exercer sua Cidadania.
Um aspecto frágil das relações familiares é verificado na dificuldade de comunicação entre os adolescentes e seus pais. Uma dificuldade que se acentua nesses tempos modernos são as questões relacionadas à sexualidade, violência e drogas, já que elas mobilizam os recursos emocionais dos adolescentes e dos seus pais. No trato de assuntos sobre a sexualidade os adolescentes quase sempre recorrem aos irmãos mais velhos e outros parentes próximos. Os amigos mais experientes também são freqüentemente procurados, mas as explicações descambam para vulgarizações que deixam sérias dúvidas sobre a validade do conteúdo e a seriedade do diálogo.
Outra dificuldade de muitos pais é a de perceber o grau de desenvolvimento dos filhos e, com isso, o estabelecimento de limites fica seriamente prejudicado. Um limite extremamente rígido ou extremamente frouxo prejudica o desenvolvimento sócio-emocional das crianças e dos adolescentes.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde a adolescência compreende um período entre os 11 e 19 anos de idade, desencadeado por mudanças corporais e fisiológicas advindas da maturação fisiológica. Devido a todas as transformações psicológicas, fisiológicas e sociais que ocorrem durante esta fase, é muito comum que os jovens mostrem comportamentos de risco, como fumar, usar drogas e/ou álcool, manter relações sexuais sem qualquer medida contraceptiva - quando não bem orientados. Para evitar tais práticas é importante envolver o adolescente para que ele participe da vida escolar, familiar e comunitária. Essa pode ser uma grande oportunidade para valorizá-lo, canalizando sua energia e incentivando sua iniciativa, mantendo-o longe da violência e de outras ameaças à sua integridade. Para conseguir seu pleno desenvolvimento os adolescentes precisam de espaços onde possam conviver com seus amigos, reforçar sua aprendizagem, gastar sua energia, se divertir e exercitar a criatividade. No esporte, por exemplo, o adolescente aprende a atuar em equipe, a conhecer e a superar seus limites, a aceitar a derrota e a respeitar o próximo.
A adolescência é uma espécie de preparação para assumir o papel de adulto. Se além da dificuldade de construir sua identidade, administrar emoções e entender as mudanças que acontecem com seu corpo, houver uma sobrecarga de necessidades fisiológicas e psicológicas, a adolescência pode se caracterizar como um processo de ruptura, inviabilizando a formação de um adulto saudável, equilibrado, consciente de seus direitos e deveres.
A educação sexual é fundamental para que os jovens possam falar sobre a sua sexualidade, sem preconceitos, superando os tabus. Importante também é a descoberta de outras formas de relacionamento afetivo que não as relações sexuais. Cerca de 20% das crianças que nascem a cada ano no Brasil são filhas de adolescentes. Comparado à década de 70, três vezes mais garotas com menos de 15 anos engravidam hoje em dia, garantem os pesquisadores. A maioria não tem condições financeiras nem emocionais para assumir essa maternidade. Acontece em todas as classes sociais embora a incidência seja maior e mais grave em populações mais carentes.

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