O Projeto Piloto aqui apresentado objetiva despertar nos pais o interesse na criação de Associações, em seus Condomínios, que incentivem a solidariedade, o afeto e a valorização das crianças e adolescentes para mantê-los longe das drogas, da violência e de outras ameaças à sua integridade. Cuidar de nossas crianças e adolescentes significa abrir espaços de ação criativa e transformadora da realidade social, pois eles são o futuro do Brasil, do Mundo! Cuidar de nossos idosos é cuidar de uma parte de nós mesmos.
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04/03/2012

Relação entre informação e redução da ansiedade em pacientes a serem submetidos ao cateterismo cardíaco

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1. Introdução
NEDER (apud. MIRANDA, 2004) define a psicologia hospitalar como sendo um conjunto de ações desenvolvidas pelo profissional psicólogo junto a pessoas em tratamento reequilibrador de doenças. Tem como objetivo trabalhar a instância “psico” da pessoa doente, visando à recuperação da saúde integral. No entanto, “para que haja atenção integral à saúde, a instituição hospitalar deve compor-se de uma equipe multiprofissional centrada no paciente e que promova a cooperação deste através do respeito e confiabilidade” (ANGERAMI, 2002, pp. 104-105). 
Fica evidenciada, portanto, a necessidade de uma assistência global ao paciente, em que se procura dar atenção a todas as esferas. Profissionais trabalhando juntos, porém não integrados, cada qual valorizando apenas sua parte, pode gerar insegurança nos pacientes, já que orientações contraditórias dificultam sobre a escolha de qual se deve seguir (LAMOSA, 1990). 
Na percepção do paciente, a doença e seus sintomas são sentidos como ameaça ou desequilíbrio da integridade biopsicossocioespiritual. Sendo assim, os exames invasivos são vistos como uma avaliação da extensão dessa ameaça (MIRANDA, 2004). Tem-se por exames invasivos qualquer procedimento diagnóstico que, de alguma forma, utiliza-se de materiais que adentram ao corpo do paciente e sejam capazes de provocar dor e/ou desconforto. Em se tratando desses tipos de exames, a equipe deverá estabelecer um vínculo com o paciente, como gerador de confiança, para que o mesmo se entregue ao procedimento de maneira participativa (MIRANDA, 2004). Tal situação possibilita que o paciente tire dúvidas e expresse sua ansiedade, bem como facilita a construção de um repertório de comportamentos colaborativos que acaba se generalizando para a situação real do procedimento. 
Sob o aspecto físico, o paciente sente-se agredido e invadido (invasão que ocorre, por exemplo, através de sondas, cateteres, drenos, etc.), gerando sentimentos de dúvida, medo, expectativas, sensações estranhas em sua corporeidade, etc., atingindo e, até, comprometendo sua identidade, que é representada didaticamente pelo Eu Físico. A identidade se forma baseada e a partir da estruturação da Consciência do Eu (tanto do Eu Físico, quanto do Eu Psíquico), compreendendo, por assim dizer, a importância da apreensão das vivências corporais (Eu Físico) e sensoperceptivas (Eu Psíquico) (ANGERAMI, 2002, p.154). 
Trata-se aqui de uma questão de dignidade humana. Ao hospitalizar-se, estranhos manipulam o corpo do paciente. Para a equipe esse comportamento é tido como técnico e natural. Para o paciente, no entanto, pode parecer quebra de tabus morais e religiosos, podendo ele ter uma sensação de perda do controle sobre seu próprio corpo. 
“Nesta situação de hospitalização o indivíduo sente-se invadido e privado do seu espaço vital, ou seja, vai sendo quebrada uma espécie de barreira invisível e semipermeável que a pessoa cria em sua volta” (ANGERAMI, 2002, p. 154). A adaptação às regras pode conduzir o paciente a comportamentos tidos como inadequados pelos membros da equipe e da família. Entregar-se, ficar passivo no leito o tempo todo, chorar assustado ou ser agressivo são comportamentos que podem ser decorrentes dessa despersonalização da rotina diária (LAMOSA, 1990). 
Alguns dos procedimentos tidos como invasivos são realizados no setor de Hemodinâmica (estudo dos movimentos e pressões da circulação sangüínea), dentre eles está o Cateterismo Cardíaco. 
O cateterismo cardíaco é um método de diagnóstico no qual se introduz um tubo comprido e fino (chamado cateter) em um vaso sangüíneo, para se chegar ao coração e determinar se existem bloqueios ou estreitamentos nas artérias coronárias (as artérias do coração) e também para verificar com precisão como estão funcionando as válvulas cardíacas e o músculo cardíaco (MANGIONE, 1976, p. 2). 
Há uma diversidade de indicações para o Cateterismo Cardíaco, dentre as quais cita-se: Insuficiência Valvular , Insuficiência Coronariana, Cardiopatia Congênita, Arritmias Cardíacas e Hipertensão Pulmonar. Pode ser realizado em paciente de quaisquer idades após avaliações médicas. 

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