O Projeto Piloto aqui apresentado objetiva despertar nos pais o interesse na criação de Associações, em seus Condomínios, que incentivem a solidariedade, o afeto e a valorização das crianças e adolescentes para mantê-los longe das drogas, da violência e de outras ameaças à sua integridade. Cuidar de nossas crianças e adolescentes significa abrir espaços de ação criativa e transformadora da realidade social, pois eles são o futuro do Brasil, do Mundo! Cuidar de nossos idosos é cuidar de uma parte de nós mesmos.
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25/04/2011

Educação e Saúde

Por * Neri de Paula Carneiro

Educação e Saúde são dimensões da vida humana, normalmente separadas, mas que precisam permanecer sempre juntas.
Normalmente se deixa a dimensão saúde para os profissionais da área e a educação é esquecida ou relegada à escola. E com isso, em geral, a população fica sem saúde e sem educação, pois dentro desse raciocínio as pessoas, no cotidiano, as famílias, no dia-a-dia não precisariam se preocupar nem com a preservação da saúde nem com a educação, pois para isso existem os profissionais específicos.
As pessoas estão crescendo sem educação porque, em geral as famílias não têm mais tempo para os filhos. E, por falta de tempo, não lhes ensinam: os valores da sociabilidade; o respeito mútuo; os valores do estudo; a disciplina física e mental; normas básicas de saúde preventiva, inclusive pela higiene e boa alimentação. E por não receber esses, e outros, rudimentos da educação, as pessoas estão chegando à escola com muitas deficiências.
Chegam à escola muito mal educadas!
As pessoas, e a família de modo geral, se esqueceram de um elemento importante: esqueceram que a educação "vem do berço", como afirma o ditado popular. E se a família não educa, quem é que vai educar? A escola até pode dar "uma mãozinha", mas não é essa a sua função. Isso é responsabilidade dos pais! Das famílias!!
Por causa dessas deficiências o período escolar, principalmente das crianças, fica comprometido, pois acaba se atribuindo à escola uma nova função, que não é a dela: a de educar! A função primordial da escola é ensinar. A escola nasceu com essa finalidade (pode-se discutir a metodologia, as teorias as posturas pedagógicas, mas não se pode negar esse dado histórico! Não se pode negar o fato de que a escola existe para o ensino e não para a educação!).
O problema se dá porque a sociedade, que não tem tempo para os filhos, tem menos tempo ainda para educar os filhos. E, numa alternativa cruel, está atirando essa função à escola, sobrecarregando-a e distorcendo-lhe a função. E com isso a escola, que mal tinha tempo de ensinar, recebe mais uma missão, pela qual não é responsável e, sobrecarregada e sem autonomia, ensina com deficiência porque os estudantes lhes chegam às mãos com deficiências. Com muitas deficiências! E uma delas é a deficiência de educação!
E os profissionais da saúde?
Também a esses sobra um triste dilema. Sem sólida educação doméstica e com um ensino deficiente, as pessoas não aprendem a cuidar de si. Aumenta, com isso, o número de doenças evitáveis com procedimentos mínimos de higiene e boa alimentação. E isso faz aumentar o número de enfermos congestionando corredores de hospitais e postos de saúde, com enfermidades que não precisariam existir se a escola permanecesse apenas com seu papel de ensino e se as famílias estivessem cumprindo seu papel.

E aqui nem entra em discussão a existência de maus profissionais da saúde (todas as categorias profissionais os tem!). Não entra em discussão a falência generalizada e a má vontade no atendimento do serviço de saúde pública, de modo geral – claro que existem profissionais e servidores com excelente capacidade e dedicação. Mas esses sabem que não são poucos os seus colegas que só permanecem no serviço público por que são covardes e não tem coragem de sair e procurar outra atividade. Não tem coragem nem capacidade! Todos nós conhecemos situações que exemplificam essa afirmação e que dispensa comentários. E com isso além da deficiência na saúde preventiva – por falta de educação e escolarização – as pessoas acabam sendo mal atendidas e mal orientadas e mal curadas, nas filas mortais dos hospitais: públicos e privados. Nos públicos porque o atendimento – de modo geral - é péssimo! E no particular porque nem sempre o profissional que lá atende está interessado na cura do enfermo. Em muitos casos o profissional da saúde atende o enfermo pensando em suas vacas, em seus negócios pessoais... e o enfermo que pague logo e vá logo embora! Ou que permaneça mais tempo enfermo porque assim estica o tratamento e isso dá muito mais dinheiro!
E assim uma coisa puxa outra e o círculo de deficiências aumenta, separando cada vez mais as dimensões da vida humana. A vida humana que existe para ser sã, bela e sábia; e que precisa recuperar essas qualidades.
A vida humana e a sociedade dos homens precisam que as famílias redimensionem o seu ser. É necessário que o sistema escolar seja respeitado em sua função e missão de provocador de novos conhecimentos, para que a população seja, realmente mais sábia. Mas para isso precisa que as famílias tenham tempo, vontade e dedicação à sua missão de promotoras da educação. Precisa de profissionais da saúde que façam bem aquilo para o que se dedicam: a preservação da vida e manutenção da saúde, mesmo que aqueles que procuram o atendimento não tenham com o que pagar.
Para que isso aconteça é preciso que a família eduque seus filhos para que a escola possa ensina-los bem, ajudando a evitar enfermidades desnecessárias. E assim os profissionais da saúde terão mais tempo para se dedicar aos casos que realmente necessitam de sua atenção.
Até que isso não aconteça permaneceremos sendo uma sociedade vitima da falta de educação e morrendo nas portas dos hospitais, mesmo depois de termos pago rios de impostos...
Fonte:
*Neri de Paula Carneiro – Mestre em Educação, Filósofo, Teólogo e Historiador


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